Ninguém pode calar dentro em mim
Essa chama que não vai passar
É mais forte que eu
E não quero dela me afastar
Eu não posso explicar quando foi
E nem quando ela veio
Mas só digo o que penso
Só faço o que gosto
E aquilo que creio
E se alguém não quiser entender
E falar, pois que fale
Eu não vou me importar com a maldade de quem nada sabe
E se alguém interessa saber
Sou bem feliz assim
Muito mais do que quem já falou ou vai falar de mim
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
terça-feira, 19 de outubro de 2010
Vai Passar
“Olhe, não fique assim não, vai passar. Eu sei que dói. É horrível. Eu sei que parece que você não vai agüentar, mas agüenta! Sei que parece que vai explodir, mas não explode! Sei que dá vontade de abrir um zíper nas costas e sair do corpo porque dentro da gente, nesse momento, não é um bom lugar para se estar. (Fernando Pessoa escreveu, num momento parecido, “hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu”). Dor é assim mesmo, arde, depois passa. Que bom. Aliás, a vida é assim: arde, depois passa. Que pena. A gente acha que não vai agüentar, mas agüenta: as dores da vida. Pense assim: agora tá insuportável, agora você queria abrir o zíper, sair do corpo, encarnar numa samambaia, virar um paralelepípedo ou qualquer coisa inanimada, anestesiada, silenciosa. Mas agora já passou. Agora já é dez segundos depois da frase passada. Sua dor já é dez segundos menor do que duas linhas atrás. Você acha que não, porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já tá lá longe. A sua dor agora, essa fogueira na sua barriga, essa sensação de que pegaram sua traquéia e seu estômago e torceram como uma toalha molhada, isso tudo – é difícil de acreditar, eu sei – vai virar só uma memória, um pequeno ponto negro diluído num imenso mar de memórias. Levante-se daí, vá tomar um picolé, ler uma revista, dar um pulo no mar. Quando você for ver, passou. Agora não dá mesmo pra ser feliz. É impossível. Mas quem disse que a gente deve ser feliz sempre? Isso é bobagem. Como cantou Vinícius: “É melhor viver do que ser feliz”. Porque pra viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva pancada, é passado pra trás, cai. Dói, eu sei como dói. Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir, porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto de agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que tô falando a verdade. Eu não minto. “Vai passar.”
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Cada Dia
Podemos acreditar que tudo que a vida nos oferecerá no futuro é repetir o que fizemos ontem e hoje. Mas, se prestarmos atenção, vamos nos dar conta de
que nenhum dia é igual a outro. Cada manhã traz uma benção escondida, uma benção que só serve para esse dia e que não se pode guardar nem desaproveitar.
Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.
Este milagre está nos detalhes do cotidiano, é preciso viver cada minuto porque ali encontramos a saída de nossas confusões, a alegria de nossos bons momentos, a pista correta para a decisão que tomaremos.Se não usamos este milagre hoje, ele vai se perder.
Nunca podemos deixar que cada dia pareça igual ao anterior porque todos os dias são diferentes, Estamos em constante processo de mudança.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Eu sentirei sempre dessa maneira
Você é o único que eu sempre quis.
Eu não sei, Mas eu me sinto protegido em seu amor.
Você está onde eu pertenço.
E quando você está comigo se eu fechar meus olhos,
Há momentos que eu juro que sinto como se pudesse voar
Por um momento
Em algum lugar entre as nuvens e a terra, e congelado no tempo.
Eu não sei, Mas eu me sinto protegido em seu amor.
Você está onde eu pertenço.
E quando você está comigo se eu fechar meus olhos,
Há momentos que eu juro que sinto como se pudesse voar
Por um momento
Em algum lugar entre as nuvens e a terra, e congelado no tempo.
quarta-feira, 17 de março de 2010
Um Casal
Ela disse não, ele também disse não.
Falaram ao mesmo tempo e sobre a mesma coisa.
Pararam de fumar e voltaram a beber. Viajaram juntos, dormiram juntos e acordaram separados. Dividem o mesmo carro, mas só ele dirige.
Gostam de comer, mas só ela cozinha. Acreditam em Jesus, mas não em Deus.
Não choram vendo filmes e não gostam de ler livros. Ele come o cereal e ela toma o leite.
Ele dá o pão e ela põe o queijo. Ela lava a roupa e ele veste.
Ele dorme fora e ela usa a cama. Não tem filhos ou animal de estimação.
Não estimam um ao outro. Ele volta a fumar e ela não para de beber.
Não têm família. Ele tem amigas, ela tem amantes.
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